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Odorico Paraguaçu e José Agripino: a vida imitando a arte - ou não?

No último domigo, o Brasil ficou pasmado ante a TV com mais uma vez nossa capital potiguar sendo destaque na mídia nacional. Quem dera fosse pelas suas belas praias, pelo talento do seu povo, pelo desenvolvimento da região... Mas, infelizmente, e mais uma vez, nossa cidade é colocada em manchete devido a escândalos políticos envolvendo nomes (e sobrenomes) velhos e conhecidos no meio político (se quiser saber mais sobre o que estamos falando, basta somente buscar no Google sobrenomes como "Maia", "Farias" e associá-los às palavrinhas "corrupção" e "escândalo").

Nesse momento, você está pensando no que uma simples companhia de teatro composta por alunos do IFRN tem a ver com política... Bem, nós explicamos.

A partir do momento em que decidimos que o gênero teatral do nosso espetáculo seria comédia, muitos pensamentos passaram em nossas cabeças. Sobretudo, imaginar as pessoas se divertindo através do nosso trabalho. De fato, saber que você está provocando o riso em alguém e tornando aquele momento prazeroso é muito gratificante.

Entretanto, percebemos ao decorrer dos dias que ter como único objetivo provocar o riso somente é muito pouco, tendo em vista o poder que nós conseguimos por meio da arte. Desta maneira, após muita pesquisa no mundo literário da comédia brasileira, descobrimos uma obra que está na prateleira de todos aqueles que adoram uma boa e inteligente comédia: de Dias Gomes, O Bem-Amado.

Escolhemos tal obra para representá-la não apenas devido à sua força no cenário do teatro nacional, mas por tratar, no nosso modo de vista, de um modo simples e cômico um tema bastante complexo: a ambição do homem e as relações de poder - em miúdos, a corrupção. Através da história de uma cidade onde muito raramente se via enterros, Sucupira, o nosso público pode se identificar com o “modus vivendi” dos personagens da história, como o protagonista Prefeito Coronel Odorico Paraguaçu.

E, ao lembrarmos da famigerada figura do prefeito, é praticamente impossível não associá-la ao nosso contexto político regional onde o poder público é usado na maioria das vezes para se conseguir realizar anseios pessoais e, para isso, palavras como ética deixam de fazer parte do vocabulário - na verdade, nunca nem fizeram.

Portanto, nosso objetivo é mostrar ao público, ainda que de modo cômico, o quão trágico pode ser quando nossos desejos e ambições podem interferir na vida de todos que estão ao nosso redor, de modo a levar o público por meio do riso à reflexão sobre as relações de interesse e poder na nossa sociedade - e rir por um momento de quem há muito tempo sorri da nossa cara.

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