
CIA. TEATRAL DESNORTEADOS
AGORA, VOCÊ SEM RUMO!
Relato de Pedrita
Apesar de já fazer peças e esquetes em outros lugares nunca me senti uma “atriz” e sim parte da construção de algum espetáculo. Embora o termo englobe essa ideia de parte integrante, com a matéria de artes cênicas vi que ser atriz é muito mais do decorar um texto e representá-lo. É você conseguir expressar emoções verdadeiras, mas que dizem respeito ao personagem que você está assumindo, e fazer o público saber o que está acontecendo e como se sentir em certas situações.
Tive um grande problema nesse sentido de assumir um papel quando percebi atuar exige envolver-se mesmo com o mundo desse personagem, reagir as circunstâncias da cena e aos outros personagens, assim como o seu faria. Foi difícil abandonar as expressões e sentimentos em um momento para dar vida a outras sensações de uma outra pessoa que você está representando. É necessária devoção mesmo, estudo, analisar quais detalhes o personagem possui e também visualizar como você se imagina fazendo ele, acrescentar características que deixem algo em comum entre meu eu e o papel e também pensar ao máximo em como seria esse personagem se ele fosse de carne e osso e vivesse ao seu redor. Isso foi importantíssimo, apesar de precisar melhorar alguns detalhes, serviu muito para que eu me colocasse no personagem e fizesse ações que não estavam escritas no texto teatral, mas que serviram e muita na construção do personagem.
ofessora municipal e, para isso, precisa manter esse elo constante ao decorrer das falas -; enfim, apenas detalhes que foram sendo ensaiados e aperfeiçoados até a chegada final da construção da personagem. Lembro-me bem que não tinha ideia de qual personagem usar para inspiração, até me recordar de Dona Florinda: uma mulher recatada, bruta, com idade um pouco mais avançada, mas que se mostra ser extremamente simpática quando está próxima do homem que espera casar. Dona Florinda está para Professor Girafales, assim como Dorotéa Cajazeira está para Odorico Paraguaçu. A personagem caiu como uma luva para as características finais de Dorotéa; inclusive, a presença dos bobes na cabeça.
Em suma, aprendi muito ao decorrer da discplina, tanto com a personagem em questão, quanto aos ensinamentos de Marinalva com relação a oratória e o modo de agir em cena. Dessa forma, uma experiência sensacional! Apesar de reclamar constantemente e, em alguns momentos, sentir vontade de raspar a cabeça da professora, sei que no fundo sentirei saudades.