CIA. TEATRAL DESNORTEADOS

Relato de Monnaliza

 

Sempre admirei o mundo do teatro mas jamais me imaginei por trás das cortinas. Nesses meses que passei junto com o grupo, ajudando na construção da peça em seus mínimos detalhes, enriqueci em demasia. Aprendi a importância de trabalhar em conjunto, abrir mão dos interesses individuais pelo bem coletivo, a respeitar as limitações do outro, o tempo e esforço que todos dedicavam para oferecer ao espectador um trabalho de qualidade, algo que mereça o título de arte, de Teatro.

A criação do personagem foi progressiva, sempre buscando aperfeiçoar o sotaque, o tic e o toc, o modo de andar, pensar, e se portar em público. O empenho era tanto que as características do personagem, muitas vezes, se confundiram com a minha vida cotidiana, fato que pude observar nos meus colegas também. O processo de construção torna-se eficaz quando passamos a viver a figura no nosso dia a dia, quando nos sentimos próprios daquilo que executamos.

Em artes cênicas pude me descobrir mais, viver mais, me liberar mais e sonhar mais. Vi que interpretar personagens é fácil, o difícil é atuar na nossa própria vida.