
CIA. TEATRAL DESNORTEADOS
AGORA, VOCÊ SEM RUMO!
CONFIRA O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO CENÁRIO DO NOSSO ESPETÁCULO!




PLANTA DA ADAPTAÇÃO DA OBRA DE DIAS GOMES, O BEM-AMADO.
PARA SABER MAIS:

BRENDA MACHADO
RELATO DE EXPERIÊNCIA: CENOGRAFIA
“O cenógrafo tem as seguintes responsabilidades: Criar, conceituar, projetar e coordenar a construção do cenário de teatro, show, teledramaturgia, eventos e entretenimentos em geral.”
(Site: infojobs)
Inicialmente é muito gratificante, essa oportunidade de tentar fazer o espectador imaginar ambientes, através de objetos que pouco se parecem com os reais. No teatro essa sensação de uma história de faz-de-conta se torna muito mais evidente. A cenografia me fez desenvolver conhecimentos que sem sombra de dúvida poderei utilizar em diversas outras áreas da minha vida. Por exemplo, a criatividade que foi aguçada grandemente, para que o cenário pudesse se tornar físico é uma delas. E não somente isso, a capacidade de “improvisar” e não deixar que transpareçam erros, me fez perceber o quanto por traz das cortinas, nos bastidores, a história que está sendo contada é totalmente diferente. No entanto, não deixa de ser encantadora.
Com relação aos problemas, foram muitos encontrados, o que o(a) cenógrafo(a) pensa e é capaz de pôr em prática, muitas vezes, são coisas diferentes. Apesar disso, foi necessário estabelecer soluções rápidas, para que esses problemas não viessem a interferir no espetáculo. Houve muitas complicações com relação aos cinco tons (cores), justamente porque noventa por cento dos objetos de cenário foram conseguidos através de empréstimos ou em alguns casos doações. E por diversas vezes não obedeciam as cores pensadas. Além disso, houve ainda complicações com relação à época, para solucioná-los foi necessário que fossem realizadas pesquisas. E por fim, a grande quantidade de objetos para serem transportados em um pequeno intervalo de tempo, tendo em vista também a caracterização dos atores, foi um ponto discutido em muitas das nossas reuniões.
Aparentemente a criação do cenário foi uma tarefa simples, já que, havia uma base de como seria, devido à popularidade da peça teatral O Bem Amado, de Dias Gomes, o fato de já terem sido criadas diversas produções cinematográficas foi muito relevante. Entretanto, isso também acarretou um grande desafio, como tornar real a realidade abordada nessas produções? Foi difícil, porém acredito que o resultado desejado foi alcançado. Nosso texto teatral é dividido em nove partes (que o autor chama de quadros) elas possibilitaram uma melhor divisão de cada cenário. Foram pensados cinco cenários, visto que, alguns quadros repetiam o mesmo ambiente. Também por isso, e para facilitar a troca de cenários, dividimos o palco em dois planos. Isso de certa forma foi um problema, devido ao espaço ser “pequeno”, mas no fim foi a melhor solução. Durante o espetáculo, com a ajuda da professora, foram modificadas algumas coisas que de certo modo, eram desnecessárias. Como por exemplo, no segundo cenário que tinha um bloco onde o prefeito discursava, nós tiramos e usamos um efeito de luz para substituí-lo. Além disso, ouve mudança nas cores das toalhas de mesa, e também em um pedestal da bandeiras que optamos por não ter. Mudamos também a casa das cajazeiras colocando uma estante de objetos na sala. Houve ainda uma pequena mudança da sala do velório foi acrescentada uma mesinha com comidas que geralmente encontramos em velórios e uma cadeira de balanço. No cemitério, última cena, devido a grande quantidade de atores em cena colocamos um banco baixo que dá suporte ao caixão do prefeito, e foi tirada a placa do cemitério. A utilização da luz também ajudou bastante nessas modificações e substituições.
Por fim, um espetáculo sem cenário, por mais simples que ele seja, é um espetáculo incompleto. Sem o cenário, faltará um pouco da magia que o teatro é capaz de criar. Além disso, os atores em cena, precisam de objetos para facilitar a locomoção. Uma grande parte do encanto dos espetáculos está no cenário.